Depois que The Fat Of TheLand vendeu mais de cinco milhões de cópias em todo o planeta e chegou ao primeiro lugar das paradas em 27 países, os boatos começaram. E quando o líder Liam Howlett declarou, ano passado, que "The Fat Of The Land é o último álbum que vocês ouvirão de mim", o fim do Prodigy foi dado como iminente. Hoje, o DJ e programador desmente tudo, justificando ter dito isso num momento de cansaço com o hype criado em torno de seu grupo. Agora, retomando os trabalhos, o quarteto inglês prepara o lançamento de um novo remix para a música "Voodoo People", feito em cima de uma versão dos Chemical Brothers, e - surpresa! - renega o rótulo "tecno".
Mas o que provoca tamanha obsessão em torno de uma banda que, diga-se, nem banda direito é? Liam é o faz-tudo do Prodigy, assim como Trent Reznor é o Nine Inch Nails; o resto do grupo é composto apenas por três sujeitos sinistros se retorcendo no palco de tanto dançar: Keith Flint, o Bozo do Inferno; Leeroy Thornhill, um varapau de borracha; e Maxim Reality, uma espécie de Freddy Krueger negão.
Esses quatro sujeitos fascinam gente como o Biohazard - que deve fazer uma cover de "Breathe" no próximo álbum, com participação de Maxim -, os Smashing Pumpkins e Tom Morello, guitarrista do Rage Against The Machine. Este último, aliás, promete voltar a colaborar com o Prodigy depois da experiência na faixa "One Man Army", da trilha sonora de Spawn.
A aceitação desses punks eletrônicos por parte das bandas se reflete entre o público fã de rock. "Eles são o elo entre a ala mais industrial do rock e o lado mais hardcore do tecno", diz o editor da revista metaleira inglesa Kerrang!, Phil Alexander.
O fenômeno Prodigy faz a banda parecer nova, mas a verdade é que Liam e sua galera estão por aí há 8 anos, com dois álbuns na praça antes de The Fat Of The Land estourar.
Tudo começou em 1988, quando o então adolescente Liam Howlett entrou na sua primeira rave com metade de um ácido nas idéias. Grafiteiro e integrante de um grupo de hip hop chamado Cut To Kill, ele largou o rap assim que descobriu o ecstasy e o acid house. Aí, virou operário de construção só para comprar um par de pick-ups. Sua meta: ser DJ.
Numa de suas festas, ele conheceu o eletricista Leeroy Thornhill e o hippie-ciclista Keith Flint, um doidão que há 8 meses percorria a Europa em sua bike. Animados com a discotecagem de Howlett, os dois pediram uma fita cassete mixada. O DJ incluiu quatro faixas próprias no lado B e assinou como The Prodigy - inspirado pelo sintetizador Moog Prodigy e com a ambição de ser conhecido como um DJ "prodígio". Logo ficou combinado que, sempre que tocasse, Howlett contaria com a presença de sua namorada Sharky e de Leeroy e Keith como dançarinos. Outro cara, Maxim Reality, MC de reggae, também foi chamado para integrar a gangue. Nascia o Prodigy em 1990.
Quando o single "Charly" estourou, no ano seguinte, o Prodigy começou a fazer turnês pelos clubes ingleses e Sharky, que não queria compromisso profissional, deixou o grupo. Com sample de uma antiga campanha publicitária sobre segurança infantil - "Charly diz: ‘Sempre avise a mamãe aonde você vai’" -, a faixa transformou as raves em Xous da Xuxa, criando uma insana propagação de musiquinhas com samples idiotas nas festas.
Mesmo criticado, o Prodigy começou a fazer shows para mais de 10 mil pessoas e até excursionou nos EUA com Moby. "Charly" está em The Prodigy Experience, aclamado como o primeiro grande álbum da cena rave. O trabalho resgatou o breakbeat - que se transformaria em jungle - dos guetos underground ingleses e levou disco de platina, recorde para um título do gênero. O sucesso deu a Liam maturidade para explorar uma sonoridade ainda mais radical em Music For The Jilted Generation, o segundo álbum, lançado em 1994.
Esse disco quebrou o molde dos álbuns de tecno por acrescentar guitarras, como na faixa "Their Law", e acabou vendendo mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo. "O rock precisava de ritmo e funk", apregoou Liam.
Ainda mais radical, The Fat Of The Land, de 1996, definitivamente conseguiu fazer o difícil crossover entre a tribo clubber e o público de rock. Como apelo para a massa roqueira e dando cara para o tecno, o doidaço Keith Flint ganha um microfone na música "Firestarter". O single e o clipe provocam repúdio. Tablóides ingleses estampam a manchete "Proíbam esse disco doentio". Enquanto isso, Flint, o Bozo do Inferno, torna-se ídolo de criancinhas (!) e anuncia seu projeto para 98: colocar um piercing no pênis.
Hoje, o Prodigy é tão bem-sucedido que passou a repudiar suas raízes, criticando a cultura clubber e se assumindo apenas como banda que usa recursos eletrônicos. "Tecno é talvez algo que venha da Alemanha. Nós somos uma banda dance com uma atitude rock. É o que nos distingue dos demais. Absorvemos certos elementos eletrônicos, hip hop, batida dance e a postura do rock. Esse é o som do Prodigy", cospe Liam direto no prato em que comeu e sepultando de vez qualquer debate subdesenvolvido e deslumbrado sobre o tecno ser "o futuro do rock".
1992 - Experience: DownloadMas o que provoca tamanha obsessão em torno de uma banda que, diga-se, nem banda direito é? Liam é o faz-tudo do Prodigy, assim como Trent Reznor é o Nine Inch Nails; o resto do grupo é composto apenas por três sujeitos sinistros se retorcendo no palco de tanto dançar: Keith Flint, o Bozo do Inferno; Leeroy Thornhill, um varapau de borracha; e Maxim Reality, uma espécie de Freddy Krueger negão.
Esses quatro sujeitos fascinam gente como o Biohazard - que deve fazer uma cover de "Breathe" no próximo álbum, com participação de Maxim -, os Smashing Pumpkins e Tom Morello, guitarrista do Rage Against The Machine. Este último, aliás, promete voltar a colaborar com o Prodigy depois da experiência na faixa "One Man Army", da trilha sonora de Spawn.
A aceitação desses punks eletrônicos por parte das bandas se reflete entre o público fã de rock. "Eles são o elo entre a ala mais industrial do rock e o lado mais hardcore do tecno", diz o editor da revista metaleira inglesa Kerrang!, Phil Alexander.
O fenômeno Prodigy faz a banda parecer nova, mas a verdade é que Liam e sua galera estão por aí há 8 anos, com dois álbuns na praça antes de The Fat Of The Land estourar.
Tudo começou em 1988, quando o então adolescente Liam Howlett entrou na sua primeira rave com metade de um ácido nas idéias. Grafiteiro e integrante de um grupo de hip hop chamado Cut To Kill, ele largou o rap assim que descobriu o ecstasy e o acid house. Aí, virou operário de construção só para comprar um par de pick-ups. Sua meta: ser DJ.
Numa de suas festas, ele conheceu o eletricista Leeroy Thornhill e o hippie-ciclista Keith Flint, um doidão que há 8 meses percorria a Europa em sua bike. Animados com a discotecagem de Howlett, os dois pediram uma fita cassete mixada. O DJ incluiu quatro faixas próprias no lado B e assinou como The Prodigy - inspirado pelo sintetizador Moog Prodigy e com a ambição de ser conhecido como um DJ "prodígio". Logo ficou combinado que, sempre que tocasse, Howlett contaria com a presença de sua namorada Sharky e de Leeroy e Keith como dançarinos. Outro cara, Maxim Reality, MC de reggae, também foi chamado para integrar a gangue. Nascia o Prodigy em 1990.
Quando o single "Charly" estourou, no ano seguinte, o Prodigy começou a fazer turnês pelos clubes ingleses e Sharky, que não queria compromisso profissional, deixou o grupo. Com sample de uma antiga campanha publicitária sobre segurança infantil - "Charly diz: ‘Sempre avise a mamãe aonde você vai’" -, a faixa transformou as raves em Xous da Xuxa, criando uma insana propagação de musiquinhas com samples idiotas nas festas.
Mesmo criticado, o Prodigy começou a fazer shows para mais de 10 mil pessoas e até excursionou nos EUA com Moby. "Charly" está em The Prodigy Experience, aclamado como o primeiro grande álbum da cena rave. O trabalho resgatou o breakbeat - que se transformaria em jungle - dos guetos underground ingleses e levou disco de platina, recorde para um título do gênero. O sucesso deu a Liam maturidade para explorar uma sonoridade ainda mais radical em Music For The Jilted Generation, o segundo álbum, lançado em 1994.
Esse disco quebrou o molde dos álbuns de tecno por acrescentar guitarras, como na faixa "Their Law", e acabou vendendo mais de 1 milhão de cópias em todo o mundo. "O rock precisava de ritmo e funk", apregoou Liam.
Ainda mais radical, The Fat Of The Land, de 1996, definitivamente conseguiu fazer o difícil crossover entre a tribo clubber e o público de rock. Como apelo para a massa roqueira e dando cara para o tecno, o doidaço Keith Flint ganha um microfone na música "Firestarter". O single e o clipe provocam repúdio. Tablóides ingleses estampam a manchete "Proíbam esse disco doentio". Enquanto isso, Flint, o Bozo do Inferno, torna-se ídolo de criancinhas (!) e anuncia seu projeto para 98: colocar um piercing no pênis.
Hoje, o Prodigy é tão bem-sucedido que passou a repudiar suas raízes, criticando a cultura clubber e se assumindo apenas como banda que usa recursos eletrônicos. "Tecno é talvez algo que venha da Alemanha. Nós somos uma banda dance com uma atitude rock. É o que nos distingue dos demais. Absorvemos certos elementos eletrônicos, hip hop, batida dance e a postura do rock. Esse é o som do Prodigy", cospe Liam direto no prato em que comeu e sepultando de vez qualquer debate subdesenvolvido e deslumbrado sobre o tecno ser "o futuro do rock".
1994 - Music for the Jilted Generation: Download
1996 - The Extasy of Violence Live: Download Parte 1 / Download Parte 2
1997 - The Fat of the Land: Download
2004 - Always Outnumbered, Never Outgunned: Download
2009 - Invaders Must Die: Download
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